Histórico do município: A história do município de Coronel Pilar está diretamente ligada à história do município de Garibaldi , pois dele fez parte desde o inicio até emancipação em 1996, através da lei do Estado do Rio Grande do Sul n° 10.744 de 16 de abril daquele ano.
Do nome Coronel Pilar – CORONEL PILAR, é homenagem ao Coronel Fabrício Batista de Oliveira Pilar , líder republicano que se destacou por sua bravura e coragem na luta contra os Federalistas, vindo a falecer , heroicamente, em batalha, na data de 6 de setembro de 1894. A denominação “ Coronel Pilar” é anterior à emancipação. Na localidade, entre os anos de 1920 e 1948 existia o “Tiro de Guerra” que prepara os jovens para a eventual necessidade militar, que foi uma verdadeira escola de instrução militar de renome, não só por estar situada em uma modesta colônia, habitada por agricultores filhos e netos de imigrantes, corpulentos, saudáveis e bem alimentados , mas pela disciplina e resultado positivo decorrente, características que também marcaram o exemplar Fabricio Batista de Oliveira Pilar como comandante das tropas oficiais.
Antes de “Coronel Pilar” tivera outras denominações:
A primeira denominação foi “SESSENTA”, fazendo referência ao número do lote rural da linha Figueira de Mello, que foi o embrião, aonde os primeiros colonos recém chegados, ali se reuniram, improvisaram um altar ao ar livre, para que o padre Bartolomeo Tiecher celebrasse a primeira missa, em 23 de março de 1876. Até os dias atuais, entre os mais antigos, a denominação SESSENTA ainda é usada, referindo – se a sede do município. Também teve denominações, quase todas ligadas ao santo padroeiro, Lourenço Mártir: “Figueira de Mello”, “São Lourenço de Villas Boas”: “São Lourenço de Floriano Peixoto” e “Vila de São Lourenço de Coronel Pilar”.
HISTÓRIA:
O território do município, assim como toda a região em sua volta, então ocupado por indígenas, começa ter uma nova realidade quando em 1870, o presidente da província do Rio Grane do Sul, João Sertório, cria, no meio da floresta da encosta superior do nordeste, as colônias Conde D´Eu e Dona Isabel, futuros municípios de Garibaldi e Bento Gonçalves, respectivamente. O plano era derrubar a mata e ocupar os lotes das colônias com assentamento de novos colonos. A primeira tentativa restou frustrada em face da distância e isolamento destas novas colônias aos centros já habitados. Nos anos seguintes, também na esperança de assentar colonos, são demarcados 80 lotes da Colônia Conde D´Eu , incluindo alguns da projetada linha Figueira de Mello, mas sem alcançar o êxito almejado.
Os primeiros colonos a ocuparem efetivamente as terras do atual município de Coronel Pilar, foram os imigrantes chegados em dezembro de 1875. A maioria deles eram tiroleses (província de Trento), mas também haviam alguns vênetos (províncias de Vicenza , Treviso, etc.) e lombardos (províncias de Bergamo, Cremona , etc.). Eles partiram do Tirol ( atual cidade de Trento ) em 24 de outubro de 1875, passando pela região do vêneto, agregando mais imigrantes ali, cruzando a fronteira da França, até chegar no porto da cidade de Le Havre. Dali partiram dia 29 de outubro e chegaram no Rio de Janeiro no dia 1 de dezembro de 1875. Depois, também seguindo pelo mar, passaram pelo Porto de Rio Grande, adentrando na Lagoa dos Patos, até alcançar Porto Alegre, para então, também via fluvial pelo rio Caí, em barcos menores, alcançarem Montenegro. De Montenegro, quase todos a pé, mas com alguns cavalos e carroças para os mais necessitados, subiram a serra, percorrendo 60 km, para chegarem ao seu ponto final, a colônia Conde D´Eu, no final do mês de dezembro de 1875.
Permaneceram nas primeiras semanas no barracão construído especialmente para acolhimento dos imigrantes, até receberam a autorização para a ocupação definitiva do lote rural destinado. No início, por serem todos católicos fervorosos, praticantes, muito sofreram, pois não haviam oráculos ou igrejas e nem padres para a assistência religiosa a que estavam acostumados. Por isso que o evento mais significativo, a todos, um verdadeiro marco divisor, dando início ao novo ciclo de fé e esperança com o desafio de viver nova pátria, foi quando em 23 de março de 1876, puderam participar da celebração primeira missa, rezada pelo Padre Bartolomeo Tiecher, improvisando um altar, ao ar livre, em cima de alguns baús que ainda continham pertencem dos imigrantes.
A felicidade, em poder contar com a presença do padre, contagiava a todos ainda nos dias antecedentes, quando dos preparativos para a chegada do religioso, que aconteceu dia 22 de março, de tardinha, numa quarta feira de tempo bom. Com vivas e agradecimentos recebem o sacerdote efusivamente, ofereceram um jantar, apresentando-lhe os pinhões que eram abundantes, acomodando o reverendo numa improvisada casinha feia com alguns galhos e taquaras, com uma cama de cipó. A Primeira missa foi rezada na manhã do dia 23 de março de 1876, disseminando alívio e felicidade, afastando a tristeza e sofrimento que até então pesava sobre eles.
Por ocasião da comemoração do cinquentenário da imigração italiana, no ano 1925, foi editado o livro CINQUENTENÁRIO DELLA COLONIZZAZIONE ITALIANA NEL RIO GRANDE DEL SUL, nele retratando assim o episódio da celebração da primeira missa pelo Padre Bartolomeo, baseado nas cartas escritas por ele: “Dopo il mezzogiorno del 22 prosseguí per la linea Figueira de Mello ( oggi una ora distante da Conde D´Eu), arrivandovi quase di notte. Per cena gli furono presentati dei pignoli e per letto um giráu soto una cappanetta di rami e cannelle. Pure, li celebró, il 23, all aperto davanti um altare improvisato”.
A partir de então a ocupação dos lotes rurais se acelerou rapidamente, chegando novos imigrantes das várias partes do norte da Itália, como a família de Francesco Baruffi, vinda da província de Bergamo.
Em 1925, ainda vivo, com a idade de 86 anos, o Senhor Francesco Baruffi, pai de 17 filhos, que havia fabricado o altar, o pavimento e as janelas da primeira igreja de madeira construída pelos imigrantes, recebia destaque das autoridades posto que condecorado militarmente pelo governo italiano por haver participado da “patrie battaglie” da Unificação italiana.
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MUNICÍPIO DE CORONEL PILAR
A década de 1990 representou um marco histórico dos mais significativos no setor político-administrativo para o desenvolvimento da comunidade. Buscar a condição de município significou pensar na auto-suficiência política e administrativa. Caminhar com as próprias pernas, organizando-se nas diversas relações e necessidades do local, como educação, saúde, agricultura, rodovias e tantas outras, tornou-se um fato histórico de suma importância e um salto para o desenvolvimento.
COMISSÃO PRÓ–EMANCIPAÇÃO
A emancipação do município de Coronel Pilar teve início por volta de 1993, quando a idéia já era discutida nas rodas de conversa entre a população, ideia esta que o senhor Danilo Zanettin lançara, alguns anos antes, ao dar entrevista ao jornal garibaldense Novo Tempo. A primeira reunião do movimento de emancipação de Coronel Pilar aconteceu na noite do dia 14 de janeiro de 1994, tendo por local a sala do Grupo de jovens (JUCOP), quando um grupo de pessoas reuniu-se par discutir a possibilidade de organizar o movimento de emancipação, como também os requisitos mínimos e as condições que o então distrito de Garibaldi apresentava para vir tornar-se município.
PLEBISCITO
Em decisão do dia 29 de fevereiro de 1996, o Supremo Tribunal Federal garantiu a realização do Plebiscito de Emancipação, que veio a ser realizado no dia 25 de março de 1996, com resposta positiva pela maioria da população. De 1.811 eleitores, votaram 1.455; 1.160 votaram sim; 277 não; 5 em branco e 13 nulos. Um trabalho árduo foi desempenhado pela comissão, objetivando o processo de Emancipação. Coronel Pilar tornou-se Município, criado pela Lei Estadual número 10.744 de 16 de abril de 1996, tendo como municípios de origem Garibaldi e Roca Sales.
INSTALAÇÃO OFICIAL DO MUNICÍPIO
Primeiro de janeiro de 2001, tem como Prefeito o incansável lutador pela concretização da Emancipação, o senhor ROSALINO MORESCO.
Neste ano se iniciou as atividades administrativas no município.
RELAÇÃO DAS GESTÕES ADMINISTRATIVAS
GESTÃO 2001/2004
Prefeito Municipal: Rosalino Moresco
Vice-Prefeito: Adelar Loch
GESTÃO 2005/2008
Prefeito Municipal: Adelar Loch
Vice-Prefeito: Lourenço Delai
GESTÃO 2009/2012
Prefeito Municipal: Adelar Loch
Vice-Prefeito: Daniel Coppi
GESTÃO 2013/2016
Prefeito Municipal: Lourenço Delai
Vice-Prefeito: Ivan Batista Agatti
GESTÃO 2017/2020
Prefeito Municipal: Adelar Loch
Vice-Prefeito: Luciano Contini
GESTÃO ATUAL 2021/2024
Prefeito Municipal: Luciano Contini
Vice-Prefeito: Ivan Batista Agatti
LIVRO: “HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE CORONEL PILAR”
O Padre Diocesano Osmar João Possamai, natural de Coronel Pilar, nasceu no dia 14 de agosto de 1941, e em 2006 lançou o livro: “História do Município de Coronel Pilar”, onde destaca a história da comunidade e trata dos aspectos da vida humana, tais como social, político, econômico, religiosa e cultural.